O que foi dito tem registro na alma,
Ou se dissipa no ar.
O não dito cria feridas
E abastece o falso ser, ou não ser.
Dito pelo não dito cria imagens à toa, à tona,
Que vestem o que na realidade ainda nem existiu.
Nem sempre se pode dizer o que vem na alma
E o falso dito prevalece.
O que fazer?
Dizer, não dizer?
Dite palavras
Para que elas digam a verdade,
Nada mais que a verdade
E que possam florescer em campos áridos.
Diga o que quiser!
Não escute o eco de suas palavras,
Apenas diga.
O dito está dito,
Volta com o vento,
Ouvinte fiel,
Dono das razões e dos segredos do mundo.

Por Sofia Mathias

Sofia Mathias

Autora Sofia Mathias

Poeta de alma, Sofia Mathias descobriu-se escritora em um momento de dor e reclusão. As palavras trouxeram respostas para suas indagações. Autora de três livros de poemas, De Corpos e Almas e De Choros e Luas, além de coautora do livro Da Janela. Fez parte de uma Antologia de poemas pela editora Chiado e teve seu primeiro livro prefaciado pelo escritor Jorge Amado, pelo qual recebeu o prêmio da APCA de Revelação em Literatura. Formada em Letras pela Universidade de São Paulo e em Comunicação pela FAAP, colaborou em projetos da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Hoje, ministra cursos de Escrita Criativa na FUNCADI, juntamente com Ana Maria Mello, dá aulas de redação para vestibular e é orientadora e redatora de TCCs de diferentes faculdades.

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